Fernando Henrique Carodoso formou-se em Ciências Sociais, em 1952. No ano seguinte, tornou-se auxiliar de ensino da cadeira de Sociologia I. Em 1955, Florestan Fernandes, nomeou-o primeiro assistente. A geração de Fernando Henrique acompanhou a visita de Jean Paul Sartre ao Brasil, em 1960.
Na universidade era marxista e desenvolveu estudos sobre Karl Marx. Também tiveram influência sobre ele: Montesquieu, Tocqueville, Max Weber, Sérgio Buarque de Holanda e Joaquim Nabuco.
Em entrevista à Folha de São Paulo, em 1996, o próprio FHC definiu-se da seguinte maneira: “(...)Quer dizer, é preciso estar mais próximo da vida para poder fazer trabalho intelectual. Nunca fui intelectual do gênero somente 'ler autores'(...)tenho um pouco de aversão ao 'comentarismo'. Parece uma forma pobre de ser intelectual(...)Claro que é preciso ler bem e detidamente as coisas. Mas quando o sujeito tem força, vai ver o que está acontecendo na realidade, tenta explicar, tentar avançar. Senão você fica fechado no círculo, lê, relê, trelê, volta a ler, comenta uma coisa, comenta outra. Acho que aí cai no academicismo, no mau sentido”.
Em 1970, escreve juntamente com o chileno Enzo Faletto, “Dependência e desenvolvimento na América Latina”, mais conhecida como a “teoria da dependência”. Ainda de acordo com a Folha, na teoria da dependência “o comércio internacional favoreceria os países ricos encarecendo os produtos de ponta e desvalorizando os produtos primários e pouco manufaturados dos atrasados, parecendo se manter, a não ser em casos monopolizados como o do petróleo, sendo aí vantagem estar no setor primário e não se livrar dele”.
Para FH, a ditadura militar favorecia o crescimento econômico e a modernização. E, esses eram fatores essenciais da democracia. José Carlos Reis, autor do livro As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC declara que Fernando “submete a paixão à razão”. Com isso, afirma que o sociólogo paulista, ao contrário de Darcy Ribeiro, não pensa emocionalmente. Ele tenta analisar imparcialmente os fatos. Segundo FHC, a justiça social só seria possível com o desenvolvimento do capitalismo e da civilização tecnológica. Os países estão interligados através de investimentos industriais. As empresas estrangeiras têm uma participação importante no “desenvolvimento” da América Latina. “Tanto o fluxo de capitais quanto o controle das decisões econômicas ‘passam’ pelo exterior”, diz FH. “As decisões de investimento também dependem parcialmente de decisões e pressões externas”. As multinacionais dominam os setores-chave da economia.
“O desenvolvimento do setor industrial continua dependendo da ‘capacidade de exportação’ de bens de capital e de matérias-primas complementares para o novo tipo de diferenciação do sistema produtivo (o que conduz a laços estreitos de dependência financeira), e ademais essa forma de desenvolvimento supõe a internacionalização das condições do mercado interno, que ocorre quando nas economias periféricas organiza-se a produção industrial dos setores dinâmicos da moderna economia. E, quando se reorganiza a antiga produção industrial a partir das novas técnicas produtivas”.
Em sua obra, FHC cita bastante a condição do México, que seria um exemplo para os demais países latino-americanos.
Há uma radicalização mais teórica, todavia mais política do que teórica. Ele faz uma reflexão sobre o método dialético materialista. Aponta dois equívocos da derrota de 1964: erros de interpretação e outros fatos novos que culminaram na aliança da burguesia com o imperialismo e as elites tradicionais. Dentre esses fatos, destacam-se: a Revolução Cubana, a atividade sindical, entre outros.
Fernando H. Cardoso e Gilberto Freyre aproximam-se no seguinte ponto: os dois transformaram coisas “maléficas”, em (digamos...) “benéficas”. No caso de Freyre a miscigenação e a escravidão viraram coisas normais, já para FHC, a postura dotada foi em relação à dependência dos países latinos, inclusive o Brasil.
Analisa a economia colonial, tenta enxergar a influência e as conseqüências da escravidão no Brasil. “O avanço e a modernização do capitalismo dependem do fim da escravidão”. Não apenas aquela escravidão dos negros africanos, mas também a diária, que ocorre no Brasil. Há dois tipos de industriais no Brasil: o associado ao capital estrangeiro, e aquele que conseguiu capitais adquiridos no trabalho da lavoura.
O desenvolvimento e a dependência podem existir em um mesmo país, no entanto não são associadas; elas existem separadamente.
Ele fala dos países latino-americanos dentro do contexto global, porém não esquece da especificidade de cada local.
Na conclusão do livro “Dependência e desenvolvimento na América Latina”, FHC afirma que o principal objetivo é “reconsiderar os problemas do ‘desenvolvimento econômico’ a partir de uma perspectiva de interpretação que insiste na natureza política dos processos de transformação econômica”.
“A existência de um ‘mercado aberto’, a impossibilidade da conquista dos mercados dos países mais desenvolvidos pelas economias dependentes e incorporação contínua de novas unidades de capital externo sob a forma de tecnologia altamente desenvolvida e criada mais em função das necessidades intrínsecas das economias maduras do que das relativamente atrasadas fornecem o quadro estrutural básico das condições econômicas da dependência. Mas a combinação destas com os interesses políticos, as ideologias e as formas jurídicas de regulamentação das relações entre os grupos sociais é que permite manter a idéia de ‘economias industriais em sociedades dependentes’. Portanto, a superação ou a manutenção das ‘barreiras estruturais’ ao desenvolvimento e a dependência dependem, mais que de condições econômicas tomadas isoladamente, do jogo do poder que permitirá a utilização em sentido variável dessas ‘condições econômicas’”.
Fernando Henrique parece apoiar o que está acontecendo, a união com o capital estrangeiro. A obra dele possui elementos teóricos que a diminuem como teoria científica. O conceito de dependência é impreciso, ambíguo (dependência externa e estrutural). Também não tratou de uma possível ruptura da dominação capitalista, que teria como conseqüência uma revolução socialista. O estudioso Lawrence Harrison critica Fernando. Harrison acha que a “Teoria da Dependência - uma espécie de doença infantil da América Latina - escondeu aos latino-americanos o peso de sua herança cultural. Ora, FHC e Enzo Faletto podiam acreditar que os males da América Latina fossem devidos ao então proverbial imperialismo ianque. Mas eram ambos cultos demais para não ter uma idéia dos fatores propriamente culturais também em jogo. Resumindo: o Brasil teve um crescimento econômico assustador durante 20 anos e tem enfim instituições democráticas, mas não por isso realiza as condições mínimas de igualdade e comunidade de uma sociedade moderna. É culpa dos norte-americanos? Não. Então é uma questão cultural”, ele conclui.
Entretanto, a principal crítica que se pode fazer ao sociólogo é porque ao se eleger Presidente da República, mandou o povo brasileiro esquecer o que ele havia escrito. Prova do caráter volátil do digníssimo Fernando Henrique Cardoso.
3 comentários:
É dificil acreditar que o senhor FH tenha essa opinião descrita nesse artigo,pois o mesmo em outra época não muito distante era toltalmente averso a situação economica da américa latina e sua depência financeira e em como os paises desenvolvidos enriqueceram as custas de vidas de cidadaõs latinos e esse mesmotipode procedimento é notado ainda no final do século próximo passado,com o EUA fazendo e financiando a guerra nicaraguense e a destruição daquele país; a dependência é a causa se não a maior culpada junto com a elite desse lado do planeta da miserabilidade estrutural desse povo de origem latina em sua linguagem.
A quetão latino americana é de longe a fome de justiça pela qual passa seus cidadãos,é causa também de seus dirigentes sempre estarem do lado dos exploradores de seu país,somando a isso a má formação educacional de seu povo,enquanto não houver mudanças de cunho estrutural pessoas como o senho fernando henrique cardoso podera desenvolver suas idéias ja que seus comteporâneos não leram seus artigs e mesmo se chegarem a ler não intedenram a falta de continuismo de um outrora jovem socialista que deixou seu povo decepicionado com seu desenvolvimento enquanto administrador desse país e lider dos latinos,se observarmos desde o méxico até o extremo sul a probeza é visivel e a descrepancia de renda enorme o que tem levado a juventude desa parte do mundo a marginalização.
a fome de justiça quando não atendida gera a violência vista e assstida pelas autoridades dos diversos países latinos e que prejudica juventude e representa a perca de mão de obra e consequentemente o envelhecimento de sua população como fator impedinte de braços jovens e renovão automática nos postos de trabalho a nãoperspectiva de uma vida melhor leva a té mesmo os jovens de classe média alta a delinquirem.
os dirigentes dessa nações estão na sua maioria acostumados a se coadunarem com os países exploradores de seus recursos naturais nese momento só temos dois dirigentes que divirtuam desse modelo,Chaves e o Evo Morales
não se é a fvor de uma desestrturação politica e social mas para onde iremos se nossos lideres não se preocuparem com o destino ora vivido pelo seu compatriotas pois enquanti houver jogo de troca e interresses escusos de lideres latinos e sua elites a superação para esse impasse não acontecera.
Um outro importante olhar deve ser lançado sobre o sistema educacional sempre relegado a segundo plano pelos dirigentes latinos o que nos torna presa facil de todo explorador pis para melhor nos conduzimos como latinos tem de existir um excelente sistema educacional.
para solucionar tais discrepancias se faz necessário mudanças em todo campo politico ,educacinal e intitucional latino americano.
Ha que se tomar cuidado com essa gente tucana.
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