Amazon

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Federico Aubele: um "achado" na música latina

Federico Aubele foi uma surpresa nas minhas “cutucadas” pela net. Qual não foi a minha surpresa ao descobrir um músico da estirpe deste argentino. Aos 35 anos, esse portenho que estudou música na França (emigrou para Berlim em 2001... isso mesmo... o ano da tal crise na Argentina!), já lançou dois discos. O primeiro chama-se Gran Hotel Buenos Aires (2003), o segundo é intitulado Panamericana (2007).

Aubele mescla jazz, tango, bolero, a guitarra flamenca, música eletrônica... tudo vira uma mistura que dá um excelente resultado que pode ser conferida nos trabalhos dele. No primeiro trabalho, a presença dos beats eletrônicos é forte, algo que poderia ser comparado ao conterrâneo Bajofondo e também com grande influência da dupla Thievery Comporation (não por acaso... foram os dois DJs estadunidenses que produziram o primeiro CD de Aubele) e do mestre Astor Piazzolla. Os vocais sensuais ficam por conta de sua amiga Sumaia.

No segundo trabalho, mais experiente, o músico apresenta uma identidade mais firme. Pode-se escutar mais a voz de Aubele – que até então preferia ficar apenas no violão – assim como as canções estão mais “latinas”. O produto final é impecável... Sensualidade, suavidade... Algo que pode fazer o ouvinte fechar os olhos e sonhar que está em um café, na capital portenha, durante a primavera. Em entrevista à revista Rolling Stone da Argentina (20/10/2008), o músico disse que quando fez Gran Hotel Buenos Aires sentia falta de Buenos Aires sem se dar conta, mas que com Panamericana a saudade era consciente. “A nostalgia te faz ver coisas de outro ângulo”, comentou. Comentário mais “tanguero” não há!

Federico Aubele é uma prova de que conservar a cultura nem sempre é ir contra o mercado. “Em determinados contextos, se você conserva a sua cultura, se torna mais interessante. Quando eu gravava as demos, pensava em incluir algum tema em inglês, porém os produtores me disseram que não, que temas em inglês havia de sobra. O mais exótico era que fosse tudo em espanhol”, comentou à Rolling Stone. Os fãs da boa música agradecem! E para os brasileiros que escutam as músicas de Aubele, saibam que há um “dedinho” brazuca no meio. Uma das cantoras que o argentino escutava enquanto estava em Berlim era Bebel Gilberto.

Myspace de Federico Aubele.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

2009: l'Année de la France au Brésil!


2009 é o ano da França no Brasil. A celebração se deve ao sucesso que o Ano do Brasil na França (Brésil, Brésils) obteve. A partir de então, os dois presentes decidiram estreitar os laços em todos os domínios. Por isso, vários eventos culturais, educacionais serão realizados tanto no Brasil quanto na França. Quem quiser conferir a programação clique aqui. Fique atento para o que acontecerá na sua cidade!

2009 c'est l'année de la France au Brésil. La célebration est une conséquence du succès de l'Année du Brésil en France (Brésil, Brésils). Alors, les deux présidents ont décidé d'aprocher les deux pays dans tous les domaines. C'est pour cela que, plusieurs événements culturels seront réalisés au Brésil et aussi en France. Qui veut voir la programation cliquez ici. Attention à ce qui aura lieu dans votre ville!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mi Buenos Aires querido

Buenos Aires… cuando se escucha el nombre de esa ciudad es como si algo fuera encantado (¿por qué no decir que aparezcan sentimientos de admiración y curiosidad también?). Buenos Aires es una mezcla de sentimientos. Ella te despierta el amor y el odio; alegría y tristeza. Así es Buenos Aires: una contradicción. Y eso la hace un lugar único.

Ella es aquella mujer seductora de quién te enamorás; ella te seduce y después te abandona. Justamente como las mujeres tangueras. Pero ella no es solamente la ciudad que fue el panorama de los tangos y de los cuentos de Borges. Buenos Aires es tambien la ciudad de los cafés desparramados por casi todas las esquinas; es la ciudad de las señoras que pasean con sus perros y de la nueva generación… un poco “emo” y “flogger”.

Buenos Aires es la elegante ciudad de los afortunados que viven en Palermo (¡y cuántos Palermos! Hay Palermo Soho, Hollywood, Viejo), en Recoleta u en Puerto Madero. También es la ciudad del barrio “La Boca”, fundado por los inmigrantes y que hoy es un punto turístico obligatorio por contener el famoso “Caminito” y por ser donde está ubicado el estadio del equipo de fútbol Boca Juniors. Ella es aún la ciudad de los “conventillos” que aparecieron en la década de 90 cuando los inmigrantes (la mayoría compuesta por peruanos y bolivianos) fueron a Argentina en busca de una (supuesta) mejor calidad de vida.

Pero lo que tal vez Buenos Aires tenga de más encantador (y al mismo tiempo aterrador) son los argentinos. Ellos tanto pueden ser muy simpáticos, las personas más gentiles del mundo como, todavía, los más estupidos (¡boludos!). En el transito, ellos se transforman. Entonces, es en ese momento, que escuchás (¡y aprendés!) muchas “malas palabras”.

Mucho cuidado cuando vaya a cruzar la calle. Si ellos tuvieran la oportunidad, van a atropellarte. Pese que la nueva ley de transito esté en vigor desde 1 de enero de 2009. Ellos no respetan los peatones. Ellos son tan individualistas al punto de no importales si vos estás en el medio de la calle mientras el semáforo se volvió verde.

Pero, si tenés dudas, si preguntás si debés hablar con un argentino… ¡hacelo! La peor cosa que puede ocurrirte es que ellos no sean muy cordiales, mas, con el tiempo, vas a acostumbrarte.

Tal vez (tal vez no, seguramente) Buenos Aires sea eso calderón de diferencias a causa de la inmigración que empezó en el final del siglo XIX. Italianos, rusos, alemanes, judíos, españoles… todos cruzaron el océano y vinieron para América del Sur buscando una vida mejor. Y esa mezcla de cultura, de orígenes resuelta en rasgos y en el acento de los argentinos.

En Buenos Aires, hacia donde vinieron los inmigrantes con el objetivo de poblar la desplobada ciudad del siglo XIX. Podemos ver morochos de ojos oscuros o rubios de ojos muy claros. Pero, cuando habla, percibimos al acento porteño similar al de los italianos, más específicamente al acento de los napolitanos.

Y es de esa mezcla de italiano con español que nació el “lunfardo”, algo como el “verlan” en Francia. El lunfardo era el lenguaje de los “astutos” que vivían en los cabarets, de los que escribían y bailaban tango. “El mayor producto de exportación del país” – el tango – se volvió famoso después de haber sido aceptado en Francia. Hoy las cosas cambiaron. El tango ahora es electrónico. Las personas no lo escuchan tanto. Ahora los hits son la “cumbia” y el “reggaeton”.

Buenos Aires ya no más es aquella ciudad de clase media donde se vivía tranquilamente. En ciertos barrios es preciso tener cuidado al caminar por la noche. Las personas están más cautelosas para no ser robadas; el tránsito es caotico y hay mierda de los perritos por la acera. Ahora los argentinos tienen que compartir el espacio con las “villas”.

Por más que extrañes tu país, cuando dejás Buenos Aires vas a sentir el corazon apretado. Llorá, llorá por la Argentina, pues ella lo merece. Ella no puede llorar por vos, pero vos podés y debés llorar por ella. Si ella hablara, ella te diría: “¡Llores por mi, la Argentina!”

Pode chorar por Buenos Aires...

Buenos Aires... ao ouvir o nome dessa cidade parece que uma aura de encantamento (e por que não dizer de curiosidade e de admiração também?) surge. Buenos Aires é uma mescla de sentimentos. Ela te desperta amor e ódio, alegria e tristeza. Buenos Aires é assim: um contraste. E é isso que a torna um lugar impar.

Ela é aquela mulher sedutora que te apaixona, te seduz e depois te abandona. Justamente como as mulheres “tangueras”. Ela não é apenas a cidade que serviu de cenário para os diversos tangos e para os contos de Borges. Buenos Aires também é a cidade dos cafés espalhados por quase todas as esquinas, das senhoras que passeiam (ah... como eles adoram os “perritos”!) e da nova geração um tanto emo e flogger.

Buenos Aires é a cidade elegante dos ricos que vivem em Palermo (e quantos Palermos! Tem Palermo Soho, Hollywood, Viejo...), na Recoleta e em Puerto Madero. Também é aquela cidade do bairro do Boca, fundado por imigrantes e que hoje é ponto turístico obrigatório por ter ruas como “Caminito” e ser onde está o Boca Juniors. Ela é ainda a cidade dos “conventillos” (para nós, algo como “cortiços”) que surgiram na década de 90 com a vinda de imigrantes peruanos e bolivianos que partiram em busca de emprego e fugindo da fome e da pobreza.

Mas o que talvez Buenos Aires tenha de mais encantador (e ao mesmo tempo assustador) seja os argentinos. Eles tanto podem ser as pessoas mais gentis do mundo, como serem as mais estúpidas. E como são passionais! No trânsito, eles se transformam. É aí que você se escuta (e aprende!) uma série de palavrões. Cuidado ao atravessar as ruas. Se eles tiverem uma oportunidade, atropelam você! (brincadeira!) Apesar da nova lei de trânsito, a qual entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano e que, como no Brasil, tira pontos dos motoristas, os argentinos não respeitam os pedestres. Eles são tão individualistas ao ponto de não dar a mínima para o caso de o sinal ter aberto “mientras” você estava atravessando a rua. Na dúvida, fale com um argentino. O máximo que pode te acontecer é levar um fora, mas, como tempo, você se acostuma. Além disso, eles são muitíssimo prestativos.

Talvez (talvez não, com certeza) Buenos Aires seja esse fervor, esse caldeirão de diferenças devido à imigração que iniciou no final do século XIX. Italianos, russos, alemães, judeus, espanhóis... todos atravessavam o oceano e vinham para a América do Sul em busca de uma vida melhor. E essa mistura de culturas, de origens se reflete no rosto e no sotaque dos argentinos.

Em Buenos Aires, para onde foram os imigrantes com o intuito de povoar a até então despovoada cidade, pode-se encontrar morenos de olhos escuros e loiríssimos de olhos azuis. Ao falar, o portenho deixa escapar, naturalmente, um sotaque similar ao do italiano; para ser mais específica, ao do napolitano. Pesquisas já comprovaram que o sotaque portenho e o napolitano são idênticos, ou seja, muitos argentinos são “quase” italianos falando espanhol.

E é dessa mistura do italiano com o espanhol que nasceu o “lunfardo”, algo como o “verlan” francês. O lunfardo era a “língua” falada pelos malandros que viviam nos caberets, escreviam e dançavam tangos. O maior produto de exportação do país – o tango – ficou famoso depois de ter sido aceito na França e é utilizado como referência cultural na Argentina.

Mas hoje as coisas mudaram. O tango agora é eletrônico. As pessoas não o escutam tanto. Agora os hits são a “cumbia” (ritmo parecido com a salsa que se assemelha um pouco ao “brega” no Brasil) e o reggaeton.

Buenos Aires já não é aquela cidade e uma classe média que vivia bem e tranqüila. Em certos bairros é preciso tomar muito cuidado ao andar à noite. As pessoas são sempre cautelosas para não serem roubadas, o trânsito é caótico e o côco dos “perritos” estão espalhados pelas calçadas. Agora eles têm que conviver com as “villas” (as “favelas” argentinas) e com as pessoas que não tiveram oportunidade de ter uma vida melhor e utilizam as vias ilegais para obterem algo.

Por mais que você sinta falta do Brasil, ao deixar Buenos Aires você sentirá um aperto no coração. Chore, chore pela Argentina, pois ela merece. Ela não pode chorar por você, já você pode e deve chorar por ela!