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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Dicas de viagem: Sul da França

A região de Languedoc-Roussillon fica ao Sul da França, já na divisa com a Espanha. O local ganha ares especiais e recebe bastante turistas durante o verão europeu. E, se você acha que já está acostumado cm o calor brasileiro, poderá se surpreender ao ver os termômetros marcando mais de 35ºC. Apesar do calor, o clima, na maior parte das cidades, é seco; por isso, não esqueça do hidratante ou sentirá na pele os efeitos do clima mediterrâneo!

Uma das grandes surpresas (e, na minha opinião, uma das cidades mais belas da França) é Nîmes, localizada no departamento de Gard. É lá que se pode visitar Les Arènes, o “coliseu” francês. Trata-se do anfiteatro, construído durante o Império Romano por volta do século primeiro , mais bem conservado do mundo! Para quem gosta de touradas, é também lá que acontecem as “corridas”, como chamam os franceses. Os grandes shows de Nîmes, como o de Radiohead em junho, ocorrem nesse monumento colossal. Em frente às Arenas há uma estatua em homenagem a um famoso toureiro – Nino II - que se suicidou depois de ter ficado paralítico por conta de um acidente numa tourada.

Mas a riqueza cultural nimosiana não pára. Como os romanos descobriram que havia água no local, estabeleceram-se na cidade e construíram aquedutos, além de deixarem sua marca em toda a arquitetura. A Maison Carrée é uma delas. O lugar era utilizado pelos romanos para se dirigirem aos deuses e fazer-lhes perguntas. O visitante pode assistir, dentro da Maison Carrée um filme em 3D explicando o significado do lugar e um pouco da história de Nîmes, sempre associada à água e aos gladiadores.

A Tour Magne é outro ponto turístico que merece ser visitado. O templo de Diana não está totalmente intacto, porém a vista é magnífica, sem falar no jardim ser uma ótima opção para piqueniques no verão. Falando em jardim... foi em Nîmes, e não em Paris, que se fundou o primeiro jardim público da França. E, quebrando-se um mito, foi em Nîmes que o jeans (o tecido) foi criado.

Perto de Nîmes encontra-se a pont du Gard, aqueduto feito pelos romanos para aproveitar a água. Ele é imenso e repleto de turistas de todas as nacionalidades que lá vão para fazer piqueniques, bronzear-se e banhar-se nos rios. Tanto na rive gauche quanto na rive droite há opções de lazer, exposições, museus, restaurantes, entre outras formas de entretenimento.

Languedoc-Roussillon tem variedades para todos os gostos. Quem quiser ir para uma feirinha e encontrar tudo – desde roupa egípcia até vinhos – é só ir à pequena Uzès, conhecida por ter sido residência dos nobres franceses e onde ainda vivem pessoas de classe alta.

Mas vamos falar em praias, um assunto que interessa grande parte dos brasileiros e 100% dos europeus durante o verão. Saintes-Maries-de-la Mer é uma comuna do departamento de Provence-Alpes-Côte d’Azur, que fica no departamento de Bouches-du-Rhône. Nessa comuna há uma “miniatura” de praia e diversas embarcações que fazem passeios com turistas.

Mais ao sul, localiza-se Collioure, um vilarejo de Languedoc Roussillon do departamento dos Pyrinées Orientales (Pirineus orientais). A praia é cheia de pedras, o que fornece ao viajante uma bela imagem do pôr-do-sol. Depois de banhar-se no Mar Mediterrâneo, o viajante pode optar por um jantar em um dos infinitos restaurantes do local. Tem cozinha italiana, creperia... oh lala!! Ah... e os vinhos! Os produzidos em Collioure são considerados um dos melhores da região.

Vamos mais ao sul? Então, tá... chegaremaos à Perpignan ou Perpinyà, em catalão. Assim como Collioure, Perpignan faz parte da Catalunha, sendo a maior cidade da conhecida “Catalunha do Norte” (a que fica no território francês).

Mesmo sendo de médio porte, Perpignan é uma cidade cheia de universitários e de sofisticação. Há lugares nos quais é um pouco perigoso andar, por se tratar de uma região fronteiriça, da maior cidade antes da Espanha, mas nada que aterrorize. Em junho a cidade é cenário do Les Estivales, festival no qual se apresentam grandes bandas internacionais e locais, sem contar nas inúmeras apresentações de teatro. E, quem gosta de música, não pode perder as Jeudi de Perpignan, que consiste em diversos espetáculos musicais, os quais começam a partir das 17h30.

Os ávidos por compras também vão achar Perpignan um paraíso, pois existem inúmeras lojas nas cidades, desde as mais populares às mais sofisticadas. E os amantes de história não poderão deixar de visitar o castelo dos reis de Maiorca. Já os aventureiros podem escalar o monte Canigou, sagrado para a cultura catalã.

Uma “furada” é a gare de Perpignan. Salvador Dali disse que ela era o centro do mundo, mas quem vai lá deve pensar geralmente a mesma coisa: que ele estava fora de si quando disse isso! Quem for sair de Paris em direção à Perpignan de trem tem que se ligar que são cinco horas de viagem, já que, apesar do trem ser chamado de TGV, a velocidade do mesmo ainda é a de um trem normal. No entanto, uma nova estação vai ser construída para se possa instalar linhas especiais para o TGV (trens de grande velocidade). Uma linha ligará Perpignan à Barcelona e, o trajeto que se faz em pouco mais de duas horas de carro, poderá ser feito em torno de 30 minutos. Quem quiser economizar um pouco pode pegar o IDTGV, cuja reserva e impressão dos bilhetes são feitas online. Só não perca o trem ou o seu dinheiro não será reembolsado... Essa é uma das desvantagens em comparação ao tradicional TGV.

Mas, fazendo um parêntese no capítulo Languedoc-Roussillon, não deixe de visitar Avignon. A cidade é incrível! Foi a única, fora o Vaticano que serviu de residência para os papas. E, em junho e julho, ela ainda fica mais charmosa graças aos Festivais In e Off. O primeiro é mais sofisticado e caro, enquanto o segundo é mais alternativo e possui centenas de peças de teatro. Cinemas, escolas, galpões, ruas... tudo vira teatro em Avignon. Os inúmeros cartazes, espalhados pela rua, dão um toque especial, como se transformassem caos visual em cenário de uma bela paisagem em Avignon, em uma obra de arte.

Alors, bon voyage!

sábado, 16 de agosto de 2008

Radiohead e a China

Num momento em que os olhos estão voltados para a Ásia e as Olimpíadas de Pequim, no qual todos só pensam na vitória, na união... acho conveniente dar uma olhadinha no clipe feito por Radiohead - All I need. Não precisaria de comentário algum, as imagens falam por si; dois mundos completamente distintos, mas tão interligados. É bom pensarmos na "economia" que fazemos quando vemos a etiqueta "Made in China". Fica aí o clipe, pois acredito que Tom Yorke aborda o assunto muito melhor do que eu.